Freio de Mão
Olá, Amigos!
Tudo bem com vocês?
Vejam aí essa história real que venho lhes contar.
Ele chegou a Orlando com a família, e seus planos já estavam todos traçados: a cada dia da viagem, sabia exatamente qual parque da Disney iria visitar e em quais montanhas russas iria se divertir. Cada noite também já estava planejada: os restaurantes, os shoppings, as lojas de eletrônicos etc.
Com tanto planejamento, tudo seria perfeito! Ou quase tudo...
Ainda no aeroporto de chegada, entraram no carro previamente alugado, puseram as malas no bagageiro e ligaram o GPS. Tudo dentro do previsto.
“E agora? Vamos sair?”
“Claro! Deixem-me só tirar o freio de mão... Onde é mesmo que fica esse negócio?...”
E procura daqui, procura de lá...
“Carro que não é nosso tem dessas coisas... Calma, que eu já encontro esse freio de mão...”
Meia hora depois, com a mulher e os filhos deste meu amigo já quase desistindo da viagem, eis que o caçula ajudou a descobrir um pequeno botão (totalmente perdido) na parte de baixo do painel do veículo, responsável por liberar o carro para andar...
E haja comemoração. Graças àquela descoberta, poderiam usufruir do restante da viagem, conforme estava programado.
Ao ouvir esta história verídica, coloquei-me a pensar. Há uma interessante lição de vida por trás deste pequeno episódio. O passeio a Disney é o nosso sonho. É o nosso “passar no concurso”.
Fazemos todos os planos, ajeitamos e programamos tudo. Mas pode existir um freio de mão acionado em nossa vida, a nos impedir de seguir em frente em busca dos nossos ideais.
Conheci um aluno que já estudava para concursos há quase uma década, e jamais fora aprovado. Era aplicado nos estudos e não entendia o porquê daquela situação, então resolveu conversar comigo.
Fiz-lhe algumas perguntas e logo diagnostiquei o problema: ele não tomava nota de absolutamente nada do que lia. Nem sequer sublinhava as passagens mais importantes da leitura. Ele apenas lia, contínua e ininterruptamente, como quem lê um romance. Terminava um livro e começava outro...
E até me mostrou todos os volumes que já havia “estudado”, e não eram poucos. Então, perguntei-lhe por que não fazia nem sequer alguns resumos das passagens mais relevantes de cada assunto, ao que me respondeu que considerava perda de tempo.
Percebi que o rapaz estava na situação mais indesejável: ele nem sequer sabia da existência do freio de mão! Há dez anos tentava sair do canto, e mal conseguia fazê-lo, pois o freio estava acionado.
Pedi que confiasse em mim e que mudasse de tática. Que passasse a estudar com mais demora um pouco. Ensinei-lhe como fazer os resumos, usando palavras-chave, desenhos, cores etc. Ensinei-lhe também algumas técnicas de resolução de questões.
Ele aceitou minhas dicas, e em menos de seis meses estava aprovado em um excelente concurso, que almejava há tempos.
E quanto a nós? Será que estamos conseguindo acelerar e progredir como deveríamos? A figura metafórica do freio de mão pode tomar diversas formas. Pode ser a preguiça, que nos faz procrastinar o esforço que precisa ser feito para sermos aprovados; pode ser a autossabotagem, que nos faz arrumar mil desculpas para não estudar como deveríamos; pode ser uma autoestima prejudicada, que nos empurra sempre para baixo.
Seja qual for o freio de mão que está nos atrasando a vida, ele precisa ser identificado imediatamente. Este é, decerto, o passo mais importante. Ninguém pode querer desativar um freio de mão que não se supõe existir. Uma vez identificada a existência do freio, convém termos coragem de agir para mudar a situação!
Que tal uma paradinha de meia-hora (foi o que a família do meu amigo precisou) para refletir sobre a sua caminhada de concurseiro? Quem sabe conseguirá enxergar um botão escondido...
Passar em concurso não é só ler uma montanha de livros...
Feliz de quem descobre isso mais cedo.
Estamos juntos!
Um forte abraço a todos!
E fiquem com Deus!
Prof. Sérgio Carvalho
olaamigos@gmail.com